terça-feira, setembro 18, 2007


Mais do mesmo.

Na Contra-mão...é proibido olhar pra trás.
O choro engasgado, engolido junto com a depressão. É o sopro, é o caminho no verso do mundo, no reverso da vida.
Nas veias, nada além de dor. Nem um santo pra lutar, nenhuma lágrima pra banhar a imensidão do não-existir.
Nenhuma corda pra se agarrar ou pra servir de presa fácil ao assassino da noite, ao fantasma que brinda a transparência da indiferença.
Drogas mundanas, efeitos colaterais. Nada além de mim, nada além daqueles. Neles eu ganho vida, porém, sou esquecido. É lamento, é profundidade. O misto das cores que se fundem para formar o só. Nenhuma canção para me embalar, nenhuma visão messiânica.
Elixir supremo percorre meu corpo no grito infinito pela visão contra a miséria humana.
Cale-se, me cale, eu me calo. Contudo, por dentro, há toda a histeria de um indivíduo, do só, do eu.
Dorme imperfeição que sangra, cai anjo rebelado sem asas imortais. Comédia humana desvairada num singelo palco daquilo que se entende por normal.
A morte trará vida e assim, aquele ser humano que apenas se encontra em qualquer “ali” pode ser notado.
Texto: Nathalia B. Triveloni.
Ilustração: Fábio Sestrem Goulart ( Aka FabioSimple)