quarta-feira, novembro 25, 2009




Folkas


E foi preparada uma festa. A música era diferente, cigana como os ventos que vinham do norte e dispersavam os espaços. Era noite em que se deitar no chão virava brincadeira e os passos eram marcados pelas gaitas estrangeiras, por instrumentos esquisitos.

Música estranha que vira roda, que gira o mundo, que espanta tristeza. Ela se deitou e , enquanto fechava os olhos, ele desenha uma história ao seu redor. Com giz, marcava as linhas que um dia seriam apagadas pelo tempo. Quem se importa? Os segundos, estagnados ali, eram guiados por pequenas estrelas que ele pediu para que o céu mandasse para que ela fosse iluminada.

Naquele momento, ali existia um menino e a ciranda que ele decidiu entrar pra saber viver. Era doce! E perdido naquele sabor musicado, ele se transformava naquilo que foi um dia e escondia agora.

Dizem por aí que quem conheceu a estória conta que aquela era uma festa, tinha música, felicidade, cores... e foi assim, de verdade. Tudo ali acontecia, mas com um sentimento que, quem tá de fora, seria capaz de imaginar.

Ainda quando velho, sentado embaixo de sua árvore preferida que brotou no momento em que ela se jogou na terra, ele lembrava de cada fração de tempo que o ensinou a viver. Foram apenas 5 minutos de festa pra um menino que descobria o amor, mas isso aos olhos dos outros.

Para ele, foi a eternidade que jamais lhe presentearam novamente.


Texto: Nathalia Belisse Triveloni

Ilustração: Silvio Pequeno