domingo, janeiro 25, 2009




O livro dos dias...

(Para Mário Quintana)

E assim, num epitáfio diferente dos seres normais, encontra-se a célebre frase “Eu não estou aqui”. Isto prova como nem todos os humanos são mortais. Basta começar a ler o livro dos dias e sentir, com suavidade, aquele cheiro de papel gasto, rabiscado, manuseado sempre com intensidade e escrito com desejo. Páginas em branco não se encontram. O que tem ali são poemas insanos, são piadas de Deus, são amores possíveis, platônicos, confissões que só quem nunca abandonou uma adolescência confusa, mas cheia de infância conheceu. Palavras que entregam beijos que levaram a alma, lágrimas que brotaram de uma saudade intensa, lembranças daquela velha árvore que um dia se sentou e com ela apreciou um mundo, visto do alto de seus galhos infinitos. Não foi apenas uma passagem pela vida, foi o bebe-la, matando a sede com os gostos que não se esquece. Foi aprender que tudo pode ser infinito, mesmo durando três segundos. Descobrir que amor se faz com paixão e aí sim conseguimos fazer com que o mundo se mova. Saber que, algumas vezes seremos esquecidos, mas pediremos que isso seja feito de uma forma lenta para que pelo menos um pedaço pequeno nosso permaneça. Acreditar em discos voadores e implorar, algumas vezes, para que eles nos abduzam... e o sonho acaba quando percebemos que eles estavam bem mais interessados era na vida dos insetos. Ali, todas as confissões foram negadas aos padres e levadas a um certo Deus, por meio de poemas que não se importaram com pecados e nem anjos rebelados... poemas puros que despiram por completo a alma humana e fez com que a todo instante ela gritasse, de uma forma profunda.
E quando a última linha for lida, teremos a noção de que aqueles sapatos floridos andaram pelo mundo e o marcaram de uma forma profunda... pra sempre.

Texto: Nathalia B. Triveloni

Ilustração: Thiago Steckellberg

1 Comments:

At 12:50 AM, Blogger Fábio Plumari said...

oie, te achei lá no Camiseteria.

belos textos!
quem sabe um dia eu não ilustre algo pra vc tbm né?

né? rsrsrsrs

dalhe porco.

beeijos

 

Postar um comentário

<< Home