quinta-feira, março 19, 2009




Sabe os girassóis? Aquelas flores amarelas, grandes, tão desajeitadas? Muito prazer. Aqui, é a história do meu girassol que encontrou alguém por quem a inspiração brota de uma forma tão forte que faz com que tudo faça ou não sentido.
Uma flor que escrevia se inspirando no mundo, nas injustiças, na sede por aquilo que é grande, mas nunca soube falar do amor em suas palavras.
Um dia, o girassol murchou, as pétalas caíram e ele pensou muitas vezes que nem sementes poderia deixar, já que o mundo estava seco e a única prova de vida era aquele coração em pedaços e úmido, bem úmido.
Contudo, girassol que é girassol, sabe voltar à vida se encontra alguém que saiba cultiva-lo com muito carinho. As minhas sementes existiam e, com aquilo que se chama de amizade, uma enorme luz soube faze-las renascer. Os pedaços daquela flor foram se reconstruindo, achando seu espaço no mundo e crescendo com aquele sentimento tão bom, mas tão bom, que o mundo era pequeno demais pra caber aquele pulsar tão cheio de vida.
Como boa flor, ela se derramava em pétalas, pois aquela luz a ajudava crescer, crescer, fazendo com que tantas vezes ela alcançasse o céu. Ali, ela existia, ela era vida e sorriso de uma forma inexplicável. Mas como explicar um presente daqueles? Como falar pro mundo que uma luz foi capaz de passar dias e dias só te vendo se desmanchar e anos, dois anos, te ajudando a colher suas partes e se fazer de novo?
O Girassol teve vontade de escrever, mas não sabia como. Algumas pessoas haviam passado por sua vida, mas nenhuma teve dela uma palavra se quer. Ela tentou, sabia que aquilo era tão importante quanto nascer de novo. O que seria aquela profusão de sentimentos que o cercava?
A flor, frágil e forte ao mesmo tempo, percebeu que era impossível escrever a sua história se sua luz não fizesse parte dela. Ela desabrochou novamente e se entregou aquilo que chamam de amor. Aquela loucura que cultiva borboletas no estômago, que torna o mundo colorido, que nos faz sofrer também, mas que nos preenche tanto que nada mais faz sentido.
O Girassol escreveu, e escreveu e escreveu. Agora, ele podia contar ao mundo que o amor é real e mesmo que a eternidade tenha 1 segundo, ela existe. O Girassol vive, com alegrias, algumas tristezas, mas tem aquela luz ao seu lado, numa troca de vida, de sonhos, de felicidade. Ele agradece a Deus, por ter feito a natureza perfeita para plantas e luminosidades tão sem perfeição.
Ah, amor! Faz da vida uma canção, um papel que cabe num texto, um jardim que recomeça, um céu que muda conforme o nosso humor. A minha arte compondo a luz que a desenha e a faz existir de uma forma diferente...

“Tú me acostumbraste
A todas esas cosas
Y tú me enseñaste
Que son maravilhosas...”

Texto:
Nathalia B. Triveloni

Ilustração: Maurício Araújo

quarta-feira, março 11, 2009




"Você não sabe o quanto caminhei pra chegar até aqui..."

Dificilmente, faço deste espaço um diário direto. Ando escrevendo muito sobre os girrassóis e, sem dúvida alguma, me considero um deles. Sou meio esquisita, utópica, na real, acho que tudo isso nada mais é do que características de quem acredita, tem fé e coragem.
Amanhã, será um grande dia. Pegarei um canudo vazio e ele me dará um profissão. Contudo, não sou um número, um crachá, um diploma. Eu sou alguém que, mesmo depois de 4 anos de lutas, aprendizados, de castelos derrubados e convicções construídas, ainda acredita que "Estamos aqui pela humanidade".
Eu, com meu jeito inocente, com a característica de artista de sonhos, ainda acredito que tudo pode ser diferente e começa só pelo primeiro passo de olhar a pessoa que está do meu lado.
Nada foi em vão, nem mesmo aquelas aulas inúteis que te ensinam a como agradar seu chefe, eu aproveitava e fazia poesias nelas. Eu acho que minha maior faculdade foi a vida, as pessoas que me fizeram querer ser alguém melhor, que me permitiram errar, que me ajudaram nos acertos e a perceber que somos gente. Gente fraca, gente forte, gentu junto, enfim, gente!
Hoje, posso dizer que sou bem diferente daquela menina que pintou o rosto de preto, se encheu de adesivo e gritava "Chega de bomba, chega de ataque, fora imperialismo do Iraque". Hoje, aquela guria está mais madura, mas não perdeu seus sonhos. A garotinha de cabelos vermelhos continua viva e mais criança do que nunca, mais munida de perguntas, respostas e vontade de mudar a caretice toda. Como é bom não perder a fé na humanidade e, principalmente em nós mesmos. "Você acredita em Deus? Como, se é uma cientista?". Ah, baby, eu nunca fui muito convencional mesmo. Acredito sim, como acredito que a maior preciosidade que alguém tem é a própria inocência e os sonhos permitindo com que esta pessoa saiba que é capaz de fazer diferente e ser a diferença por isso.
Adorei este desenho não só pelo carinho que ele foi feito, mas porque meu cabelo mudou, tá curto. Sim, meu caro, é uma metáfora. "as coisas velhas passaram e tudo se fez novo".


Hoje, é um novo dia =D

Texto: Nathalia B. Triveloni

Ilustração: Zitone