segunda-feira, maio 28, 2007


Perdidos no espaço.

E foi assim, no meio daquela noite escura, ela veio me fazer companhia. Não disse se eu estava certa ou errada, não apagou seu brilho, apenas ficou ali, iluminando tudo o que estava pronto para se tornar vida. As estrelas descansavam, porém, ela permanecia estática, mesmo não conhecendo o universo que penetrava. Foi aí que me enganei. Eu era apenas o reflexo de toda a sua alma, de cada sentimento e partículas de sonhos que havia nela. A lua, algo que um dia foi julgado solitário, se mostrou muito maior do que qualquer sol que habitasse algum lugar.
Era a nossa bossa nova, o nosso espaço... dois astronautas terrestres movidos pela impaciência de uma vida tão bela, mas que, às vezes, fere. Eu nunca tinha reparado como a lua é soberana, como ela pode fazer de uma noite desestrelada um palco para citações, desesperos, amizades e canções. A minha lua é presente, instante indispensável, sinais diversos que não estabelecem nenhum contato vulgar, apenas verdades indiscretas.
Não me arrependo, sou grata. Eu agradeço por cada sopro de vida que nos fortalece e nos dá a chance de encontrar corpos celestes, satélites naturais e um espaço inteiro para descobrirmos que nada é impossível quando estamos dispostos a sair e olhar para o céu.
Uma lua, algumas canções e uma vida inteira para se contemplar cada constelação...

Texto: Nathalia Triveloni
Ilustração: Alexandra Rosso ( Lady Shampoo )

1 Comments:

At 4:17 PM, Blogger oficinadopinduca said...

Encontro de Amazonas! Cada a uma guerreando a seu modo, mas com 'intersecções' na alma! Lindo texto, linda ilustras, lindas meninas e... vcs sabem tudo...

 

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