domingo, janeiro 28, 2007




Eu – Nós

Não nos transformamos em outras, somos muitas. Daquelas que se rebelam diante das injustiças, que não se calam perante a marcha fúnebre e sagaz da opressão.
Destas que superam limites, que provam a igualdade, que não têm medo das adversidades impostas pela sociedade patriarcal.
Aquelas que se manifestam por uma outra vida. Mulheres que compõem a história, que escrevem o mundo, que pintam a realidade com as cores mais reais da pele do empirismo individual.
Somos Fridas, somos Olgas, somos Pagus, somos as palavras de Simone.
Somos homens, somos mulheres, somos iguais: somos a antropofagia latente da Tarsila!
Somos o equilíbrio das linhas desequilibradas da Florbela.
Nascemos da Canção do Chico, não somos presas ao amor.
Somos o próprio amor, sangrando, pungente, libertário!
Somos aquelas que se desmancham em intensidade, porém, somos fortes!
Fortes para enfrentarmos a fogueira purificadora, fortes para gerarmos um ser.
Fortes para sermos soldados, para pagarmos pela nossa sinceridade e levantar a bandeira dos nossos ideais...Fortes para renunciarmos àquilo que nos sufoca, que nos reprime, que não faz parte de nós.
Igualmente fortes!
Somos o perigo que antecede a conquista, somos as que foram subjugadas!
Somos ELAS, somos o mosaico da inteligência, da coragem, do sentimento...
Somos nós!

Texto: Nathalia B. Triveloni. Publicado em 01/2006, na Revista Caros Amigos.
Ilustração: Ana Paula Caldas.

5 Comments:

At 10:09 AM, Blogger Egon Zakuska said...

Perfeito! Artes de duas adimiráveis artistas se integrando e complementando para um resultado fantástico. Belíssimas palavras sobre a condição feminina e linda e delicada arte... parabéns meninas!

 
At 5:52 PM, Blogger ana paula said...

Prazer enorme dar minha contribuição em seu blog! Mais um texto maravilhoso e bem construído, Nath!
Parabéns sempre!
beijos :)

 
At 6:49 PM, Blogger Paula said...

clap clap... adorei!!! lindo mesmo, parabéns...

 
At 12:50 PM, Blogger oficinadopinduca said...

"somos a antropofagia latente da Tarsila!"? Uau! Até que enfim um manifesto feminino inteligente! E a ilustra da ana sempre dando um clima...

 
At 10:04 PM, Blogger Guilherme Damasceno said...

Me senti redimido, hehe. Bela escolha de palavra e composição invejável, Nath. Adorei.

 

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