
Dizem que era a alma dos negros escravos libertos no Blues que exalava de seu ser.
Com a dor de um pássaro ferido que só consegue voar em seu mundo, sua voz transpirava a essência cativa.
Sofrimento doce, bálsamo de solidão, entrega perfeita, palavras semeadas no espaço.
Universo que conspira por um único planeta: o planeta dos desolados. Era o canto dos humanos entregues à angústia de quem foi deixado.
É na melodia triste do blues que a esperança nasce e morre.
As mãos estendidas e o peito aberto para uma nova chance, para um outro caminho livre da escravidão e de todo sentimento.
As notas melancólicas colorem a atmosfera escura, porém, altiva.
É fechar os olhos, se esconder atrás dos compridos cabelos loiros. É se agarrar ao microfone como se ele fosse a sua única fonte de juventude e salvação.
Quem se importa com que acontece atrás dos olhos cerrados?
Não é a razão, é a alma que pronuncia cada nota da canção.
Canção que surgiu nas prisões, mas era o vôo para a liberdade.
A divina dor Joplin era a voz de quem acredita em uma outra possibilidade.
Texto: Nathalia B. Triveloni
Arte: Paula Basei ( Littlered - Camiseteria)
3 Comments:
Aeee lindo lindoooo!!! Brigada pelo apoio... bjo moça.
Tá certo que não curto muito a Janis, ela talvez assombre meus pesadelos, mas apreciei muito a metáfora envolvida na poesia. Belíssimo texto! E a arte está simplesmente maravilhosa!
Ah, tomei a liberdade de arrumar os links aí do lado ;D
Take a piece of my heart!!!!!!!!
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