quinta-feira, janeiro 11, 2007
Mundo meu
O Universo é constituído das mais belas linhas retas, porém, não infinitas no seu tear. Nela, meu mundo se faz das mais puras criaturas, dos mais deleitosos gostos e prazeres. Amargo alguns pedaços desta geometria que nem sempre é grata e torna-se tortuosa. Tudo cabe neste mundo, há espaço para qualquer coisa que se petrifique e se torne eterna, Meu mundo se desfaz, mas eu não apago nada, por mim, eu colecionaria cada pó que emana desta terra, cada gota que molha e borra todas as formas que deveriam ser perfeitas, mas, se fossem assim, não teriam graça.
O mundo gira neste círculo que não foi feito por compasso, mas por um lápis que o próprio mundo julga desprezível... ele é valioso, ele esculpe, ele cria, ele dá vida àquilo que não sabe o que é existir. É a música em cada nota desenhada, são os contos escritos da forma doce, é o drama, sem lágrimas ou pedras rolando... o mundo é geométrico, é misterioso, é confuso, mas pertence a cada milímetro que o meu grafite desenha. O mundo é meu, crio e desfaço, mas desenho, desenho com fé. No lugar da chuva eu faço o sol, onde o solo é seco, planto uma árvore de traços incisivos e frutíferos. O mundo é meu, é fruto da minha visão, do sentimento que imprimo em cada reta, em cada rabisco descompromissado e livre. O mundo é meu, mas as formas não são minhas, mesmo assim, posso inspirar e ser inspirada pelas formas deste mundo que é meu, mas que muitas vezes se desmancha em minhas mãos. Mas, o lápis é mágico e a esperança ainda faz nascer da escuridão um desenho único, que faz meu mundo renascer a cada cor que lanço nele... ele pode não ser permanente, mas suas marcas sempre serão eternas...
Texto: Nathalia Triveloni.
Ilustração: Manassés.
5 Comments:
voltei! (sim, porque antes eu estava de castigo e não podia comentar, sabe..)
ficou bem lindo este texto, dona nath!
nele, você capturou a essência livre da ilustra que apesar de nonsense e de nem se comparar às outras que por aqui se encontram, acho legal por ser totalmente descompromissada e sincera.
beijocas.
Finalmente a ilustração do grande senhor Manassés! E que ilustração maravilhosa, repleta de elementos inesperados, tal qual um indivíduo sendo eletrocutado por um raio que despenca das nuvens.
E esta ilustração é amparada por mais um belíssimo texto, prosa poética na medida que exprime tão bem a imagem, como bem frisou Manassés acima, de Naná. Anotem todos: esta menina tem um futuro grandioso pela frente! Lindo, lindo texto!
Adorei estes textos! Mas acho que estou me tornando repetitivo d+ nos comentários! vi que vc colocou um link para a minha página... vou deixar o endereço do meu blog... sou + "teólogo" do que "designer"... bjus
ahahhahaah
que desenho maluco!!! adorei, o texto tb... parabens, amiga. bjs
demais, dona Nath! o desenho do "Ramsés" também, muito bom :D
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